domingo, 22 de agosto de 2010
Cidadezinha Qualquer
Casas entre bananeiras
mullheres entre laranjeiras
pomar amor cantar.
Um homem vai devagar.
Um cachorro vai devagar.
Um burro vai devagar.
Devagar...as janelas olham.
Eta vida besta meu Deus.
Carlos Drummond de Andrade
"Sempre que leio esta poesia me vem a imagem da minha cidade,não é qualquer pois tem significância, seu ar provinciano,eminentemente rural a torna parecida com muitas outras interioranas, as casas comumente tem quintais rodeados de bananeiras e flores principalmente laranjeira, que retrata toda a pureza e simplicidade de uma vida levada a passos lentos.Receio por essa” vida besta “ que vem se transformando e sendo remodelada com a modernidade."
quarta-feira, 18 de agosto de 2010
domingo, 15 de agosto de 2010
É TEMPO DE COLHEITA !
As sombras da noite aproximavam se lentamente, ele estava sentado na varanda com os pés esticados na cadeira ao lado, o cansaço de mais um dia começava a pesar sobre os ombros há muito curvados pelo tempo, o pensamento fazia uma retrospectiva de sua vida, olhou em direção ao campo e admirou a plantação, metaforicamente comparou-a á vida, no início seiva a terra, é o preparo para receber a vida, são as nossas escolhas; em seguida a semente é jogada na terra fértil; quando germinada, cresce e produz frutos que servirão de alimento para muitos, assim somos nós, tudo vai depender do plantio que fizermos durante a nossa vida. Foi alertado pelo barulho rasteiro dos chinelos de Nhanhá(ganhou esse apelido quando as crianças ainda eram pequenas e carinhosamente toda casa passou a chama-la assim.) sobre o assoalho:-A Sinhá quê sabê se posso servi o jantá?Como se não tivesse ouvido disse –É Nhanhá a plantação está pronta, o que tinha de ser feito, feito está. Ela retrucou:-Já falei prá Sinhá que esse sol quente inda vai te cozinhá os miolo,que ideia, há quanto tempo já se plantou.,e saiu resmungando . Ao virar-se viu sua imagem refletida no vidro da janela, o cabelo a névoa do tempo já havia marcado, passando as mãos sobre o rosto disse a si mesmo:- O tempo passou tão depressa. Recordou-se dos filhos ainda pequenos correndo pela casa, trazendo vida a todos os cantos, eles cresceram e se foram, hoje suas visitas são esporádicas, estão plantando mundo a fora. Novamente o som da voz de Nhanhá vindo do corredor falando alto:-È mió o sinhô levantá daí e prepará pro jantá, a Sinhá já tá incomodada. Ele olhou para ela, com o olhar fixo e pôs a mão em seu ombro dizendo:- Sabe Nhanhá, está se aproximando o tempo de colheita. - Aproximando?Acho que tá passando da hora, oia pra essa plantação, não tô te entendendo sinhô, anda tão esquisito, disse Nhanhá.Seguiram casa adentro.Após o jantar como costume ele e a Sinhá tomaram o café na sala.Aos poucos a casa também foi adormecendo .Pela manhã, muito antes do dia trazer consigo toda aquela claridade que nos impõe a enxergar com precisão todas as mazelas da vida a fumaça anunciava que Nhanhá começava a preparar o café , aos poucos tudo ia ganhando vida, e o patrão não demoraria muito, era o primeiro da casa a sair da cama, e lembrou- se da Sinhá falando que quando envelhecemos mudamos os hábitos...A voz aguda da Sinhá ecoou sobre os cômodos da casa como pedido de socorro, ,imediatamente Nhanhá deixou seus afazeres e saiu correndo em direção ao quarto, atravessou os corredores que pareciam intermináveis, ao mesmo tempo que tentava imaginar o motivo do grito, só podia ser algum bicho,medrosa como era, a Sinhá tinha se assustado.Quando chegou na porta do quarto espalmou a mão no portal para se apoiar e ofegante deparou-se com Sinhá segurando o patrão pelos ombros na beirada da cama ao mesmo tempo que dizia:-Nhanhá ele se foi, ele se foi, faça alguma coisa,me ajude por favor!Estarrecida ela entrou no quarto meio que não querendo acreditar no que via, aproximou-se, segurou-lhe as mãos, estas já frias, deixou seus dedos escorregarem sobre olhos dele fechando-os ao mesmo tempo em que dizia em voz baixa como se ele pudesse ouvi-la: Eh , sinhô, o sinhô tava certo. È tempo de colheita!
sábado, 14 de agosto de 2010
terça-feira, 10 de agosto de 2010
O varão
Quando nasceu meu rebento;
O pai não podia mais esperar
Andava de um lado pro outro
Querendo comemorar.
O filho que tanto queria
Seus passos iria guiar
Faria dele um homem
Alguém com quem pudesse contar.
Eu do meu canto pedia
O Deus pro menino chegar
Saúde, paz, alegria,
Ele pudesse encontrar.
Hoje após muitos anos
Homem feito já está
Adjetivos não lhe faltam
Por todo seu caminhar.
Encanta-me sua hombridade
Que tanto podia herdar
Seja valente filho meu
Desbrava teus caminhos
Sonhe alto, conquiste
A vida não pode esperar.
Essa poesia foi feita para meu filho Lucas ,
A quem muito amo !
As Meninas
Alegres e faceiras
Elas brincam
Sem parar
A casa fica pequena
De tanto aprontar.
Enfeitam-se
Pintam-se
Laços de fitas a amarrar
Esperam um príncipe encantado
Que demora a chegar e
Debruçadas na janela
Sonham em vê-lo passar.
O desejo de uma
Completa o da outra,
Pedem sem parar
Dá- me isso...
Dá- me aquilo...
Tudo serve para agradar.
Quando a noite chega,
Cansadas de tanto aprontar,
As meninas
Sempre unidas
Põem-se a gargalhar.
-Silêncio!Já é hora!!
Diz o pai a bradar. Mas elas não se importam
E continuam a brincar.
Em minhas humildes preces
Rogo a Deus no altar
Que nunca as abandone
E que delas não deixe de cuidar.
E que sejam sempre "meninas"
Para essa vida enfrentar.
Eu fiz essa poesia para minhas duas meninas
a quem amo muito, Andreza e Alexandra !
segunda-feira, 9 de agosto de 2010
My Family
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