Depois que me enveredei nessa aventura de escrever crônica comecei a pensar na competição acirrada dos jornais para vender seus impressos e nos escritores cujos textos buscam relatar épocas e costumes com hora e data marcada para entregar os seus trabalhos, tudo literalmente serve e funciona como assunto. Trânsito? Serve! Impunidade dos políticos? Futebol... É certo que assunto tem, mas, e se a criatividade falhar? E se o texto não deslanchar? Mas adiante pensei: “não posso sair por aí escrevendo de qualquer jeito, preciso saber, relembrar as características e ou quem teria inventado esse gênero: Crônica?! Pesquisar na internet seria o mais cômodo, porém o mais imparcial, queria era mesmo conversar com alguém, trocar idéias, tirar dúvidas, foi então que lembrei do Machado, olhei para o relógio já passava das 23 horas, talvez fosse tarde para telefonar, mas levando em consideração que ele era um escritor deveria dormir tarde e adorar a noite (como eu). Como assim, que Machado? Aquele das “Memórias Póstumas de Brás cubas”; o de Assis; Machado de Assis. Do outro lado uma voz rouca atendeu e assim que esclareci minhas dúvidas ele, Machado de Assis, começou a falar:” Bem cara amiga, a um meio certo de começar uma crônica (lembrou-se de um artigo que escrevera em 1877 sobre o tema) por uma trivialidade. Respondi meio que indagando: -como assim? -Como seria isso?” É dizer Que calor! Que desenfreado calor”Resvala-se do calor para la glace est rompue”¹ Compreende ?”- Sim, respondi prontamente; Alguma coisa como “ Quebrar o gelo” disse eu querendo esconder minha ignorância diante de tamanha sabedoria. Continuou com aquela voz rouca porém mansa (...)” Não posso dizer positivamente em que ano nasceu a crônica mas à toda a probabilidade de crer que foi coletânia das primeiras duas vizinhas. Essas vizinhas entre o jantar e a merenda sentaram-se à porta para debicar o sucessos do dia. Uma dissera que não pudera comer no jantar e os demais acontecimentos que as circulavam. Eis a origem da crônica! Alô, você ainda esta aí?” Perguntou “Machado.”- Sim, sim respondi ! Enquanto falava eu imaginava fatos e situações por isso o silencio! Ah! Bem! Disse Machado. Na verdade eu estava encantada e ele continuou: “Se você pensa em escrever deve se lembrar de que as notícias além de orientar as pessoas devem oferecer algo mais o” Prazer de descobrir” Isso segundo Jacques Wolgensinger², grande amigo.”Em seguida agradeci a Machado de Assis pela atenção e contribuição e este mostrou-se satisfeito, próprio dos grandes homens, sábios que entendem que o saber deve ser compartilhado senão perde o sentido. Saudamo-nos desligando os telefones. Agora já me sentia mais segura com as orientações do grande mestre, escutando um caso, recordando um episódio ali, olhando uma situação e eis o material para reflexão, basta agora estimular os leitores assim como você a lerem minhas próximas crônicas.
1.”La glace est rompue”.Em francês,” quebrou-se o gelo”
2. Jacques Wolgensinger. Escritor francês, faleceu 10/11/2008, viveu em época diferente a de Machado de Assis
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